O governo de São Paulo divulgou nesta terça-feira, 21, por meio de um canal oficial o vídeo completo da reunião entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e os governadores dos estados brasileiros realizada ainda na terça. Na ocasião, o representante da pasta federal anunciou que compraria 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina chinesa desenvolvida no Instituto Butantan.
“A vacina do Butantan será a vacina brasileira. Nós já fizemos uma carta em resposta ao ofício do Butantan e essa carta é o compromisso da aquisição dessas vacinas, que serão fabricadas até o início de janeiro”, afirmou Pazuello em trecho do vídeo. Ele explica, ainda, os trâmites de homologação de todas as vacinas internacionais, destaca que a fase três precisa ser realizada no Brasil e lembra que o Instituto Butantan é hoje o maior fabricante de vacinas para o Sistema Único de Saúde (SUS), com cerca de 75% da produção aplicada nacionalmente para outras doenças.
Pouco após o anúncio de Pazuello, porém, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que vacina não seria comprada pelo governo federal com o pretexto de que “o povo brasileiro não será cobaia de ninguém” e afirmando que “não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem”.
No posicionamento dado anteriormente pelo ministro da Saúde, a expectativa era de que, com base nos dados do Instituto Butantan, a imunização no Brasil com a CoronaVac fosse iniciada em janeiro de 2021. Nesta quarta, porém, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, negou o compromisso de aquisição do imunizador. Em resposta à fala de Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, estado no qual a vacina é produzida, pediu que o presidente tivesse “grandeza”. “A nossa guerra não é eleitoral. É contra a pandemia. Não podemos ficar uns contra os outros. Vamos trabalhar unidos para vencer o vírus”, afirmou João Doria.
O vídeo completo da reunião pode ser visto neste link.