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Segunda, 21 de Outubro de 2024
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‘É como se Fifa usasse VAR em um jogo de 2010’, diz Rubens Figueiredo sobre anulação de processos de Lula

Para cientista político, suspensão dos processos de Lula não faz sentido

Entrevistado pelo Jornal Jovem Pan nesta terça-feira, 9, sobre o cenário atual envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF), a anulação de processos contra o ex-presidente Lula e o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro, o cientista político e fundador do Espaço Democrático, Rubens Figueiredo, afirmou que duas questões políticas precisam ser analisadas de perto neste momento: a percepção que a sociedade tem atualmente da Justiça brasileira e como o cenário eleitoral vai ser visto com a elegibilidade do petista e o julgamento de parcialidade do ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro em 2022. Para o cientista político, o que foi assistido nos últimos dois dias pela sociedade, principalmente em relação à inesperada decisão do ministro Edson Fachin, pode ser considerado como uma “verdadeira lambança” por parte do sistema judiciário brasileiro. “O julgamento começou em 2014 e 7 anos depois se decide que não era o fórum adequado, a vara adequada para se defender aquele julgamento que galvanizou a atenção do Brasil inteiro? É como se a Fifa quisesse colocar um VAR em um jogo da Copa de 2010. É uma coisa completamente estapafúrdia que a sociedade não entende”, analisa.

Para o cientista político, os desencontros do STF são “estímulos erráticos” dados à opinião pública que fazem com que as pessoas visualizem o poder judiciário como “bagunça”. “Isso cria um clima de instabilidade que é péssimo para qualquer país do mundo e pior ainda para o Brasil no momento que nós vivemos”, afirma. O especialista garante que há muita água para rolar sob a ponte das eleições de 2022, mas acredita que a elegibilidade e Lula coloca no jogo aquele que tem mais chances de enfrentar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. “Você tem uma sociedade muito polarizada na qual um discurso de centro é muito difícil de entusiasmar o eleitorado. Uma coisa é você falar ‘sem mi mi mi, vamos armar a sociedade, fora petistas, querem acabar com a família’ de um lado, e do outro lado ‘não, a gente se preocupa com os pobres, vamos voltar a ser feliz, voltar a consumir’ e no meio alguém falando mais ou menos assim ‘ó, vamos fazer reforma, para fazer reforma precisamos ter uma ampla coalizão do governo, porque no Brasil o sistema político é um sistema de coalizão’, quer dizer, esse tipo de discurso em uma sociedade em que primo briga com prima no grupo de Whatsapp da família, é muito difícil de empolgar”, explica. Para ele, porém, há nos dois extremos pontos de desgaste dos possíveis candidatos.

“Hoje o Bolsonaro perdeu aquela âncora que ele tinha, de ser um governo com um candidato que se propõe a ser anticorrupção, a pauta liberal com essa intervenção recente está muito comprometida e sobrou a pauta dos costumes, que também não empolga nessa situação em que as pessoas estão vivendo da boca a boca, tem que vender o almoço para comprar o jantar, então é um tipo de situação complicada. Agora, a rejeição ao que Lula e ao que o PT fez no país é tão grande que vai gerar uma polarização onde as pessoas vão pensar assim: ruim com ele [Bolsonaro], pior sem ele. E realmente essa não é uma boa alternativa, não é uma escolha que seja saudável para uma sociedade avançar”, garantiu. Figueiredo lembrou que a presença de Sergio Moro nas pesquisas tem sido desgastada ao longo do tempo após ele ser atingido por todas as direções, perdendo até mesmo a simpatia da classe política.


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