O senador Lasier Martins (Podemos – RS) acredita que crimes cometidos por senadores e deputados só acabarão quando o Congresso aprovar o fim do foro privilegiado. Segundo ele, o caso do dinheiro na cueca do senador Chico Rodrigues (DEM) foi uma chacota para o conceito dos políticos. “No dia que nós terminarmos com o foro privilegiado mais da metade dos crimes que ocorrem por privilegiados termina. Veja a quantidade de parlamentares que estão indiciados em crimes, mas o processo não anda por causa do foro privilegiado? É preciso combater e exigir que a Câmara dos Deputados coloque em pauta o assunto. No Senado votamos e foi unânime a decisão”, explicou. “Esse gesto do Chico Rodrigues é objeto de chacota em bares e ruas. Chegou ao fundo do poço, porque foi uma atitude escatológica. Pior que isso é impossível, e eu espero que se discuta o fim do foro privilegiado e o Senado tome uma atitude nos próximos dias”, disse.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Lasier também comentou sobre o período que integrou o Conselho de Ética da Câmara e como ele é ‘corporativista’. “Nos dois anos anteriores eu fiz parte do Conselho. A dificuldade que tínhamos para levar alguns infratores e não conseguimos levar nenhum. Teve o caso do Delcídio [do Amaral], tão escancarado que não teve como não haver punição. Quando houve a composição no início do ano passado, eu tinha interesse, mas como já estava no segundo mandato o partido decidiu deixar para outros, mas observei quem compunha. Não vou citar nomes, mas afirmo que há corporativismo no Conselho de Ética”, criticou.
Perguntado sobre a decisão do ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, de soltar o traficante André do Rap, o senador vê com indignação, mas não acredita em um possível impeachment contra o ministro. “Esse caso da liminar foi terrível. É a desmoralização da Suprema Corte e eu quero louvar a atitude do ministro Luiz Fux que está tomando a iniciativa de levar todas as decisões de processos penais para o colegiado. Entendo que essa atitude de Fux foi correta, mas por outro lado tenho impressão que a ofensiva contra o ato do Marco Aurélio é tão intensa que ele já está punido. Ele perdeu o respeito da sociedade brasileira. Mas não acredito que haja impeachment, já que há casos bem mais graves”