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Terça, 22 de Outubro de 2024
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Qualquer programa mais robusto do que o Bolsa Família deverá enfrentar debates duros, diz deputado

Deputado Felipe Rigoni destacou que não há espaço fiscal para um programa social abrangente

Felipe Rigoni, deputado federal do PSB do Espírito Santo e integrante da Frente Parlamentar da Renda Básica, recebeu a declaração de Bolsonaro do fim das tratativas para viabilizar o programa Renda Brasil “com tristeza”. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, desta quarta-feira (16), ele analisou: “O Renda Brasil é uma das coisas mais importantes, não só para a retomada econômica pós-pandemia, mas para garantir colchão de segurança para os mais vulneráveis nesse período difícil. Para fazer esse programa com responsabilidade fiscal, que quer dizer basicamente sem estourar o teto, precisa enfrentar debates duros, como desindexação de outros programas e por isso o presidente resolveu banir a discussão. Qualquer solução mais robusta do que o Bolsa Família vai ter que enfrentar alguns desses debates, porque não existe espaço fiscal.”

Agora, de acordo com o deputado, o Congresso estuda como continuar o debate, mas, “não será fácil sem o governo”. Rigoni explicou que o assunto foi amplamente discutido pelo setor econômico do governo por dois motivos: “O efeito já percebido do auxílio que teve durante a pandemia, positivo e relevante, e por conta da situação fiscal, qualquer coisa vai custar dinheiro, tem várias projeções, desenhos que custariam 130 bilhões, todos eles precisam de abrir espaço fiscal dentro do teto, e isso quem trata é a economia. Só que de fato é muito difícil, precisariam ser enfrentados de qualquer maneira, precisamos refocalizar programas sociais que se saem muito mal para fazer um programa de renda mínima robusto.”

O deputado avalia que a viabilização fiscal de um programa como o Renda Família precisa ser feito de “bilhão em bilhão”, buscando soluções em alguns cortes estratégicos a fim de se dar o primeiro passo que, segundo ele, é possível de ser tomado. “Um programa bem desenhado poderá corrigir desigualdades e segurar os efeitos negativos da pobreza, assim como trará efeitos econômicos positivos. Mas precisa enfrentar debates duros de se fazer. Regulamentar o teto estamos tentando desde o ano passado, desindexar também é complicado, refocalizar o abono igualmente, quem ganha de um a dois salários mínimos não é rico obviamente, mas está na parte superior de quem ganha no Brasil. São duros, mas necessários para fazer um programa relevante.”

Uma das principais críticas ao Bolsa Família é sua falta de “porta de saída”, ou seja, há beneficiados que desistem de procurar emprego e vivem com o dinheiro recebido do governo. Para reverter essa situação, Felipe Rigoni sugere dois caminhos. “Você fazer um cadastramento realmente correto, o Cadastro Único é bom, mas tem várias falhas apontadas há tempos, podemos melhorar para ter certeza que as famílias precisam de fato receber. Existem algumas evidências de que o limiar para as pessoas que estão deixando de procurar trabalho são relacionadas à insegurança do mercado de trabalho e acabam escolhendo ficar no Bolsa Família. A solução é a ‘rampa’, ao invés da pessoa perder o benefício assim que entra no mercado, ela faz isso gradualmente, dando segurança de que não ficará sem renda em algum período.”

No entanto, o deputado destaca que “isso tem um efeito na popularidade do poder executivo do momento, mas não acredito que possamos se ater da discussão pro causa disso, o Brasil precisa disso”.


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