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Segunda, 21 de Outubro de 2024
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Especialistas divergem sobre os efeitos da taxação sobre exportações de óleo

Dicussão sobre taxação de exportação de petróleo tem sido cada vez mais acalorada no Congresso Nacional

Especialistas estão divididos em relação à decisão do governo federal de taxar as exportações de petróleo em pouco mais de 9% por 4 meses. Segundo o Ministério da Fazenda, o objetivo é arrecadar mais de R$ 6 bilhões. A medida foi tomada junto da reoneração de tributos sobre gasolina e etanol, R$ 0,46 para a primeira e R$0,02 para o segundo, por litro. Segundo Edmar de Almeida, professor da PUC do Rio de Janeiro, a medida pode abrir um precedente perigoso: outros setores podem estar preocupados com a possibilidade de serem sobretaxados em um futuro próximo. Além disso, como a medida foi efetivada por meio de uma medida provisória, muitos congressistas podem ficar incomodados de não terem sido consultados sobre a taxação das exportações, o que, segundo ele, pode atrapalhar os grandes planos do governo para o ano de 2023, entre eles a aprovação da Reforma Tributária. “Quando a gente cria um imposto de uma hora para outra, sem uma discussão ampla da sociedade, isso cria uma insegurança econômica que, certamente, vai trazer consequências, não só para o setor de petróleo, mas para o restante da economia. Isso representou um retrocesso, e a arrecadação adicional que esse imposto vai criar para o governo não vale a pena pelo impacto negativo que vai causar no setor de petróleo e na imagem do governo e das autoridades tributárias brasileiras, que passam uma insegurança para o setor produtivo do país”, diz.

O economista Aurélio Valforto, da Associação Brasileira de Investidores (Abradin), tem uma opinião completamente distinta. Ele acha que a taxação das exportações é importante para o que chamou de regulação dos preços, tentando ameninar os preços internos dos combustíveis, que estão em patamares muito elevados, na avaliação dele. O economista disse inclusive que, ao longo dos últimos anos, a Petrobras alcançou pela política de preço de paridade internacional (PPI) lucros exorbitantes, graças ao sacrifício da população brasileira. Embora ele acredite que os investimentos possam ser relativamente prejudicados com a taxação das exportações de petróleo, Valporto destaca que a produção brasileira de petróleo está muito calcada no pré-sal, extração considerada barata e extremamente lucrativa. “O imposto de exportação é uma maneira de regular os preços internos da Petrobras sem que seja necessário mexer na sua política de preços. A primeira coisa que tem que ficar clara é que esse imposto não deve ter fins arrecadatórios, mas regulatórios, tenha a finalidade de regular a oferta e os preços internos. Com ele, a Petrobras será forçada a ofertar as refinarias brasileiras a preços inferiores aos praticados pela Opep. Contudo, se esse imposto de exportação atingir apenas o petróleo em bruto, e não os refinados, as refinarias poderão praticar preços internacionais, transferindo para elas parte da margem abusiva. O objetivo é que o petróleo chegue mais barato às refinarias. Mas elas baixarão os preços dos refinados?”, questiona.

No Congresso Nacional é cada vez mais acalorado o debate em torno dessa taxação das exportações de petróleo, anunciada na semana passada Ministério da Fazenda. O Instituto Brasileiro do Petróleo disse ver a medida com preocupação, já que o setor de óleo e gás previa investir no Brasil ao longo da próxima década mais de US$ 180 bilhões. A FGV Energia também manifestou descontentamento com a medida e lembrou que, anualmente, o setor de óleo e gás já paga em impostos à União mais de R$ 150 bilhões.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga 


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