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Segunda, 21 de Outubro de 2024
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Constantino: Leitos de UTI sempre faltaram no país, mas narrativa de governadores joga culpa em Bolsonaro

Presidente publicou dados de repasses do governo federal aos estados nas redes sociais

Uma publicação do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais sobre os repasses da União a estados durante a pandemia da Covid-19 fez com que 19 governadores divulgassem uma nota conjunta afirmando que o governo “prioriza a criação de confrontos, construção de imagens maniqueístas e enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população em meio a uma pandemia de proporção talvez inédita na história”. Os governadores alegam que a maior parte dos recursos divulgados pelo presidente são repasses obrigatórios, previstos na Constituição e não têm relação com gestos para conter os problemas da pandemia. A carta, que pede a adoção de medidas mais restritivas a nível nacional contra o avanço da doença, foi assinada pelos governadores Rui Costa (PT-BA), Camilo Santana (PT-CE), Flávio Dino (PCdoB-MA), Paulo Câmara (PSB-PE), João Doria (PSDB-SP), Fátima Bezerra (PT-RN), Renan Filho (MDB-AL), Waldez Góes (PDT-AP), Renato Casagrande (PSB-ES), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Mauro Mendes (DEM-MT), Helder Barbalho (MDB-PA), João Azevêdo (Cidadania-PB), Wellington Dia (PT-PI), Cláudio Castro (PSC-RJ), Eduardo Leite (PSDB-RS), Ratinho Junior (PSD-PR), Belivaldo Chagas (PSD-CE) e Mauro Carlesse (DEM-TO). A mais nova polêmica envolvendo governadores dos estados e a presidência do país foi tema de debate entre comentaristas do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, nesta segunda-feira.

Rodrigo Constantino afirma que o governo de Jair Bolsonaro levanta uma bandeira de “mais Brasil e menos Brasília” e lembrou que no ano de 2019 R$ 200 bilhões de descentralização foram aprovados com dinheiro distribuído a estados e municípios. Ele diz que a segunda onda da doença parece mais forte e o momento atual mostra um jogo de responsabilidades sendo empurradas de um lado para o outro. “O presidente misturou alguns valores, mas não está de todo errado ao falar que houve muito repasse e questionar o destino”, afirmou. Para ele, Bolsonaro está na defensiva porque é frequentemente atacado por boa parte dos governadores e da imprensa e um exemplo de político que direciona a crise de forma séria é Romeu Zema, que não assinou a carta. “O Ronaldo Caiado já se mostrou oportunista ou traidor no passado”, recordou. Ele lembrou, ainda, que a falta de leitos de UTI no país não é uma coisa nova. “De repente, a narrativa vai impondo essa questão dos leitos de UTI para tentar responsabilizar de alguma maneira o presidente, o governo federal. Lembrando que o Brasil não está tão mal na foto em termos relativos”, afirmou.

Diogo Schelp acredita que o que Bolsonaro faz no momento é usar “uma meia verdade para contar uma grande mentira” e lembra que a briga é originada de um pedido por parte dos estados para que leitos contra Covid-19 financiados pelo governo sejam reabertos. “Vale lembrar que a diária de um leito de UTI para a pandemia custa cerca de R$ 1.600, então é um dinheiro considerável. Os governadores reclamam que Bolsonaro está buscando um confronto com eles, e é verdade. A verdade é que esse confronto beneficia Bolsonaro. Como todo governante populista, ele precisa de bodes expiatórios para ocultar os próprios erros ou a própria inépcia” afirmou. Ele lembrou que já tinha avisado que o presidente perderia um bode expiatório com a saída de Maia da presidência da Câmara e disse que agora “sobrou para os governadores”, que já cometeram muitos erros durante a gestão da pandemia, mas tiveram esses erros amplificados pela ineficiência do governo federal. “Para Bolsonaro, os governadores são ótimos bodes expiatórios porque cabe a eles tomar essas medidas desesperadas e impopulares para tentar conter o aumento das pessoas infectadas, e óbvio, caberá a eles responder pelo ônus econômico dessas medidas, já que Bolsonaro lavou as mãos quanto a isso”, pontuou.

Marc de Sousa afirmou que todos os dados divulgados pelo governo federal são corretos e estão disponíveis em fontes abertas, mas disse que os governadores têm razão em questionar a forma com a qual a interpretação dos valores foi feita. “Também é verdade que os governadores estão bravos porque não interessa a ninguém da classe política que esses números sejam claros. É bom que eles estejam confusos, justamente porque eles servem às narrativas políticas de um lado e do outro”, afirmou. Para ele, o clima que gerou a confecção da carta não é gerado apenas pela Covid-19, mas também pela guerra do ICMS, já que o brasileiro tem mostrado mais discernimento sobre onde cobrar providências sobre os impostos que incidem nas compras feitas. O comentarista garante que os estados brasileiros receberam dinheiro acima da média e traz dados do tesouro nacional e do banco central que mostram os estados e municípios fechando 2020 com quase o dobro do dinheiro em caixa em relação a 2019. “De acordo com essas duas instituições, o saldo de estados e municípios passou de R$ 42 bi para R$ 82 bi no fim do ano passado. Trata-se da maior disponibilidade de caixa para prefeitos e governadores nos últimos 19 anos. Isso é dado oficial”, disse, pontuando que este é o momento de falar sobre como vacinas vão ser adquiridas e de se unir contra a Covid-19.

Confira o programa “3 em 1” desta segunda-feira, 1, na íntegra:


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