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Sabádo, 19 de Outubro de 2024
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Candidato adota tática do grotesco e assusta adversários

'Embora Marçal tenha apresentado poucas propostas concretas de governo, atingiu seu objetivo: ter mais visibilidade'

Boulos, Datena e Nunes não compareceram ao debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo promovido pela Veja. A justificativa foi o baixo nível das discussões, claramente em alusão às atitudes de Pablo Marçal. Na realidade, evitaram enfrentar a maneira beligerante de combater do candidato do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro). Nos últimos confrontos foi um show – de horrores, para alguns. Marçal disparou com sua metralhadora verbal para todos os lados. Ele acusou Boulos de ser “comedor de açúcar”, insinuou que ele seria “usuário de cocaína” e “vagabundo”. Chamou Tabata Amaral de “para-choque de comunista”. Afirmou que Datena “não sabe o que está fazendo na campanha”. E ainda classificou Ricardo Nunes de “frouxo”.

Não sobrou ninguém

Em resumo, Marçal não poupou ninguém. Diante dessa atitude, aparentemente tresloucada, os adversários não souberam bem como agir. Aqueles que tentaram contrapor falharam por não estarem preparados para esse tipo de contenda. Embora Marçal tenha apresentado poucas propostas concretas de governo, atingiu seu objetivo: ter mais visibilidade.

Com grande vantagem sobre seus competidores nas redes sociais, Marçal deita e rola. Faz cortes convenientes da sua participação e os divulga amplamente. Seu nome dominou as buscas no Google com 52%, seguido de Boulos com 21%, Tabata com 11% e, por fim, Nunes com 8%.

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Ganha nas redes sociais

Se as eleições fossem decididas pela internet, Marçal já estaria eleito prefeito. Embora parte da imprensa e seus concorrentes tentem desqualificá-lo, eles foram pegos de surpresa por seus ataques agressivos e ainda estão sem reação clara. Evitar o debate foi uma tentativa dos três candidatos para ganhar tempo e conter seu crescimento.

Marçal não é o pioneiro nesse estilo. A história está repleta de exemplos de candidatos que “fugiram do convencional” com discursos pouco ortodoxos e obtiveram sucesso. Entre os mais notáveis, destacam-se Jânio Quadros, Enéas Carneiro, Tiririca e Lula. Nenhum deles se submeteu a discursos comportados para vencer eleições.

Jânio Quadros era bom de marketing

Jânio se notabilizou como um político vitorioso, tendo sido vereador, deputado estadual, prefeito, governador e presidente da república. Muitos anos após sua renúncia da presidência, conseguiu a proeza de ser novamente eleito prefeito de São Paulo, sendo um craque em marketing político.

Como exemplo de suas ações incomuns, Jânio colocava talco nos ombros para parecer ter caspa, sugerindo simplicidade. Vestia ternos amassados, gravatas desalinhadas e soltas, e carregava sanduiches de mortadela no bolso, embrulhados em papel de pão para os comícios.

O meu nome é Enéas

Enéas Carneiro também ignorou o padrão de discursos tradicional. Com apenas 17 segundos de tempo para sua campanha política, ele adotou um estilo marcante de comunicação. Nas eleições de 2002, conseguiu mais de um milhão e quinhentos mil votos para Deputado Federal.

A lista dos políticos que adotaram discursos fora do padrão é longa. Tiririca, por exemplo, depois de Enéas Carneiro, foi até então o Deputado Federal mais votado na história do Brasil, com mais de um milhão e trezentos mil votos. Em vez de fazer discursos concatenados, dizia: “O que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto”. “Pior que tá não fica, vote Tiririca”.

Lula também

E para dar outro exemplo que não poderia faltar, Lula. Sim, Lula também quebrou as regras, terminou seu segundo mandato com mais de 80% de aceitação popular. A maneira como se dirigia ao público com seus discursos não era nada convencional.

Ao sugerir que a população deveria ser otimista para enfrentar a crise de 2008 disse: “Imagine se um de vocês fosse médico e atendesse a um paciente doente. O que você falaria para ele? ‘Você tem um problema, mas a medicina já avançou demais. Vamos dar tal remédio e você vai se recuperar’. Ou você diria: ‘Meu, sifu’?”.

Em outra oportunidade, ao se referir às reações que provavelmente o presidente russo Vladimir Putin teria, comentou: “Certamente o embaixador russo recebeu a notícia. Certamente mandou para o presidente Putin. E certamente o Putin ficou meio ‘Putin’ com o Brasil”. Essas são apenas algumas de suas inúmeras “pérolas” na comunicação com os brasileiros.

Com todas as críticas que tem recebido por causa de sua atuação, Marçal está agindo nessa linha tortuosa. Se vai conseguir ou não o que deseja não dá para prever ainda, mas que colocou pulgas atrás da orelha dos outros candidatos colocou. Vamos ver se ele tem fôlego para caminhar nesse rumo e se os outros candidatos encontrarão antídotos para esse tsunami. Siga pelo Instagram: @polito

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.


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