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Segunda, 21 de Outubro de 2024
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O agronegócio em 11 dias de governo Lula

Lula falou que agronegócio 'maldoso' poderia estar vinculado aos atos de vandalismo ocorridos em Brasília no último domingo

Os atos de vandalismo em Brasília nos primeiros dias de governo evidenciam a alta tensão política e desgastam a relação do Agro com o Lula à medida que o presidente associa a execução dos atos violentos com o que chamou de “agro maldoso”. A declaração generalista e precipitada levou dezenas de entidades a emitirem notas de repúdio. Não foi uma boa forma de tentar reconstruir pontes com o agro. A desconfiança sobre os efeitos que a liderança petista gerará sobre o setor seguem altas, especialmente após a fala preconceituosa de domingo, mas também por conta das decisões do petista para a condução da economia, os efeitos que a tripartição do ministério da Agricultura poderá gerar para as políticas setoriais e a falta de clareza sobre como as promessas do governo ligadas ao crédito rural e política ambiental serão executadas.

Na esfera econômica, as decisões do PT estão entre as mais altas preocupações do agro, especialmente pelo aumento do risco fiscal com o inchaço da máquina pública. A projeção de déficit primário já é superior a R$ 200 bilhões em 2023 e, para garantir a governabilidade, o governo pode aumentar mais gastos. Dado que um Estado enxuto não é a marca da atual gestão, a outra alternativa que sobra para lidar com esse rombo é cobrar mais impostos. O agro poderá ser chamado para ajudar a pagar essa conta com aumento da carga tributária que incide sobre o setor. A divisão do Ministério da Agricultura em outros dois ministérios, o do Desenvolvimento Agrário e da Pesca também é alvo de dúvidas sobre como isso repercute na gestão do dia a dia. A diminuição no número de técnicos no Ministério da Agricultura foi apontada pela Agência Estado como alvo de preocupações, já que o desmembramento da pasta reduziu em 30% a estrutura da área que abarca secretarias fundamentais como a de Política Agrícola, Defesa Agropecuária e Relações Internacionais, por exemplo.

Ainda que tenhamos apenas 11 dias de governo, há ansiedade no agro para compreender como deverão ser executadas algumas das políticas para o setor. Até o momento, as declarações de ministros como o da Agricultura, Carlos Fávaro, apontam na direção de mudar a imagem do Brasil com implementação de políticas de produção sustentável, descarbonização de algumas cadeias produtivas, taxas de juros reduzidas para boas práticas ambientais e sociais, além da priorização do custeio e equalização de juros para os pequenos produtores. Boas intenções, como a de reduzir juros e nomear o técnico e experiente Wilson Vaz para a secretaria de Política Agrícola deverão esbarrar em um problema de ordem prática: orçamento. Na questão ambiental, a construção ocorrerá de forma conjunta com o Ministério do Meio Ambiente, comandado por Marina Silva, o que é motivo para cautela dado o histórico de antagonismo dela com o agro. Para construir pontes é preciso ir além do discurso. Somente com apoio financeiro, político e estrutural é que serão preservadas as condições para que o agro continue batendo recordes de produção de alimentos e promovendo o desenvolvimento econômico do Brasil.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.


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