Noticias - Divulga news
Terça, 22 de Outubro de 2024
Ola Mundo!


Com novo financiamento de políticos, quanto mais deputados eleitos os partidos tiverem, mais eles vão lucrar

As próximas eleições para deputado ocorrem em outubro de 2022

Se uma fábrica lucra com a produção de bolas, toda energia da empresa se direciona a produzir cada vez mais bolas. Esta é uma regra natural de gestão. Com a proibição do financiamento privado de partidos e campanhas, o lucro das siglas está no número de deputados, portanto este é o princípio básico que move a política no momento, eleger mais deputados para lucrar mais na distribuição dos recursos. Cerca de R$ 1 bilhão para o fundo partidário e mais quase R$ 6 bilhões para o fundo eleitoral. Não é pouco dinheiro. São recursos legais, limpinhos e prontos para serem gastos. Mudou tudo na dinheirama que roda nos partidos políticos. A palavra da moda agora nas empresas é compliance. Ficou perigoso demais repassar dinheiro para políticos, candidatos ou partidos. As regras estão rígidas, Ministério Público vigilante e adversários com lupa sobre as contas dos adversários. Financiamento ilegal pode resultar em cassação e cadeia. A prisão aí vale também para os empresários compradores de políticos.

Mas a relação tradicional entre setores de pressão e a política acabou? Não! Mudou. Uma nova modalidade de militância política está em pleno vapor aqui em Brasília. Os setores organizados abriram representações pesadas e agora fazem um trabalho mais técnico. Antes, os grupos econômicos contratavam lobistas, com o nome técnico de gerentes governamentais para fazer a ligação com o poder. As malas de dinheiro  corriam por estes profissionais e chegavam nos partidos. Eram “doações” legais, chamadas de “por dentro” e as ilegais, configuradas como “por fora”.  Era tão corriqueiro que partidos e deputados que não recebiam as “contribuições” se sentiam humilhados. A realidade agora é outra e as mudanças desafiaram partidos. 

Para explicar aqui o porquê de deputados se transformarem em ativos partidários, vamos às regras. A distribuição do fundo partidário se dá de maneira proporcional. A maior parte, 99%, dividida de forma proporcional ao número de deputados e senadores. Somente 1% levando em conta o número de votos recebidos na última eleição. O fundo eleitoral tem critérios diferentes e os bilhões vão para os partidos de forma igual, em 2%. Quem elegeu pelo menos um deputado terá participação em 35%. Os partidos terão 48% do fundo com base nos deputados eleitos no último pleito, sem levar em conta as mudanças partidárias. Ainda tem 15% distribuídos entre as siglas que elegeram senadores na última eleição, valendo os que estiverem na metade do mandato. Percebeu? Os deputados e senadores fizeram as regras e se colocaram como as referências nos valores. Vale a máxima: quem parte e reparte fica com a maior parte.

Então vamos às revelações. As empresas e grupos econômicos não podem se arriscar e não ficam longe do poder. A estratégia agora é criativa. Os eleitores fazem críticas aos deputados, mas estas críticas não chegam aos parlamentares, muito menos as realizações do representante. Para chegar ao eleitor informações dos deputados, o caminho é longo e cobra pedágios. Custa dinheiro e não é barato fazer esta ligação. Pois é, os grupos de pressão estão fazendo esta intermediação. Assumindo a infraestrutura de comunicação. Os representantes montam sistemas de divulgação do político. São encontros, congressos, reuniões e debates onde os convidados são chamados para faturar em exposição e apoio explícito. Tudo sem envolver pagamentos ou financiamentos por parte dos políticos. Este movimento não é só pelo lado empresarial, os sindicatos e associações estão usando o mesmo método. O caminho do poder não muda, a diferença está no pedágio, por onde anda o dinheiro.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.


Noticias do mundo

Voltar

InícioInício

Divulga news Copyright © 2024
Criado por:  Nandosp