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Segunda, 21 de Outubro de 2024
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Conheça os vinhos de Ribera del Duero, região histórica da Espanha que produz a bebida desde a Idade Média

Vinho de Ribera del Duero é de alta qualidade e combina com carneiro ou embutidos mais suaves no sabor

No mundo do vinho, há algumas “máximas” que não trazem conhecimento algum ao consumidor, como, por exemplo, afirmar que os tintos espanhóis de Ribera del Duero são os mais bordaleses do país. E há muitos que insistem em tal pensamento faccioso. Distancio-me dessa posição. Primeiro porque chamar o vinho espanhol de “bordalês” é uma ofensa à Espanha; depois porque é desconsiderar a história e o terroir de uma região quase milenar no cultivo das vinhas. A história deste distrito, que faz parte de Castilla y León, remota o fim da Idade Média, quando as abadias que haviam por lá, aproveitando o solo e o clima, produziam a bebida para consumo próprio. Tal situação tomou um corpo maior no fim do século XVI e passou a ter relevância considerável entre o final do XIX e o começo do XX.

Dentre as rigorosas regras determinadas pela Denominação de Origem, Ribera del Duero é uma das únicas regiões vitivinícolas espanholas a utilizar nos rótulos dos vinhos os termos Crianza, Reserva e Gran Reserva como indicativo do amadurecimento. Nomeada em 2013 a melhor região vitivinícola do mundo pela revista “American Wine Enthusiast”, Ribera possui uma área específica chamada de “Golden Mile”. Nesse local, estão concentradas suas vinícolas mais famosas, e o terroir é tido como excepcional e superior. A região recebe muitos turistas apaixonados por vinho ao longo do ano. Sua capital, a cidade histórica Aranda de Duero, possui antigas adegas subterrâneas. Muitas vinícolas na região recebem visitantes para degustações, passeios em meio aos vinhedos, sem contar os restaurantes e wine bares que oferecem cartas com uma grande diversidade de rótulos locais.

Na região de Ribera del Duero, voltando ao cultivo da uva, a maior parte do solo é do tipo calcário, arenoso, bastante pobre, com baixa fertilidade. As uvas que ali predominam são as tintas, sendo a Tempranillo a principal delas — conhecida também pelos nomes de Tinta del País ou Tinto Fino. Essa variedade se adaptou de maneira perfeita ao duro microclima da região. Seu rendimento é de média quantidade e muito regular. Encontramos, por lá, o cultivo de algumas castas francesas (Cabernet Sauvignon, Malbec e Merlot, dentre outras), que estão presentes em muitos vinhos da região.

Voltando à Tempranillo, a casta suporta bem o frio, brotando de forma tardia, e se previne dos rigores do outono com uma maturação precoce. Dá origem a vinhos de alta qualidade de cor cereja, brilhantes, com aromas de frutas vermelhas bem maduras, bom corpo, acidez equilibrada e boa estrutura tânica, que lhes confere bom potencial de guarda, como bem disse o articulista Agnaldo Zacklia em artigo publicado na revista “Adega”. Ribeira é a terra do Veja-Sicilia, mas, de lá, vêm outros ótimos tintos: Emilio Moro, Haza, Pingus e tantos outros que encontramos por aqui. Ouso afirmar que o grande companheiro de gastronomia dos tintos da região é o carneiro e os embutidos mais suaves no sabor, porém ricos em gordura. Salut!

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.


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