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Segunda, 21 de Outubro de 2024
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Veja dez dicas para evitar cair em fake news

Veículo de mídia deve manter-se neutro, notificar todos os dados relevantes da informação e não persuadir o leitor

Televisão, rádio, blogs, redes sociais e aplicativos de mensagens são os principais meios de comunicação e informação da população. Consumimos e produzimos informações quase 24 horas por dia. Por isso, temos a responsabilidade de garantir e cobrar a segurança da informação que consumimos para evitar a propagação de notícias falsas. Alinhado com a norma internacional ISO-27001, para uma informação ser classificada como confiável, deve respeitar cinco princípios: confidencialidade, integridade, disponibilidade, autenticidade e legalidade. Desse modo, o Princípio da Integridade garante que a informação não foi modificada sem autorização, e o Princípio da Autenticidade foca em garantir que ela é autêntica, tanto em seu conteúdo como também na garantia de que o emissor é quem diz ser e que está autorizado para emitir aquela notícia. Ou seja, princípios críticos que todos nós devemos ter para distinguirmos as tão faladas fake news — já deparadas por 83% da população, segundo pesquisa da DataSenado (2019), apresentada na figura a seguir.

Pesquisa DataSenado de 2019

Com base nos princípios da segurança da informação, confira as 10 dicas para evitar cair em fake news

1. Verifique sempre se a informação/notícia possui fonte

Os meios de comunicação devem se basear em dados coletados e fontes de informações verídicas, seja ela fornecida por site, vídeo, órgão governamental, entre outros. E com ética que garanta a auditabilidade! É importante que o jornalista/veículo sempre apresente a fonte daquela informação. Referências com links e locais garantem que a ética jornalística está sendo respeitada. Nada impede o veículo de expressar sua opinião a respeito do caso. Entretanto, essa análise deve estar separada do acontecimento. Uma coisa é notificar: “Hoje o dia terá máximas de 39ºC” (fato). Outra coisa é: “Hoje o dia estará muito calor com 39ºC, que horrível” (opinião). 

2. Verifique as informações direto na fonte

Deve-se confirmar as fontes fornecidas pelo autor buscando a origem da informação, verificando os nomes citados de quem a forneceu. Se a notícia fala do Fulano A, nada melhor do que checar se o mesmo se pronunciou a respeito do fato. Lembre-se das duas regras de ouro para validação: a) Todas as informações possuem três versões: a do acusador, a do acusado e a verdade. b) Ponto de informação não é ponto de verdade; busque sempre direto da fonte e evite os “telefones sem fio”. Para Guilherme Tomiati, ITIL (sigla em inglês para Biblioteca de Infraestrutura de Tecnologia da Informação) e tecnólogo em segurança da informação, se uma notícia não possui a fonte emissora passível de consulta, logo ela é uma versão do fato, e não necessariamente o ocorrido na íntegra. Atualmente existem técnicas avançadas através da inteligência artificial e computação gráfica que permitem manipulações em vídeos, além de fotomontagens que beiram a perfeição. É o que chamamos “deep fakes”, explica Tomiati.

3. Certifique que o veículo de informação é confiável

Verificar onde a notícia foi publicada, o autor da matéria, se o link é verdadeiro, data da ocorrência versus a data de publicação da matéria, como o texto foi escrito (se não está usando palavras para te induzir a um entendimento). Deve-se tomar cuidado com sites falsos. Procure veículos confiáveis em seus meios de comunicação oficiais, além de também verificar quem são as partes interessadas por trás daquele veículo, caso essas influenciem negativamente na veracidade da informação. Em pesquisa da DataSenado (2019) foi apontado que diversos brasileiros consideram que, para uma notícia ser confiável, o mais importante é a fonte que a publicou (veja abaixo).

Pesquisa DataSenado de 2019

4. Compare com outras fontes

Pesquisar em outros meios de comunicação como sites, vídeos e jornais podem ajudar a identificar se as narrativas batem, ou se estão apresentando muitas discrepâncias, além de também avaliar os locais que, de costume, têm como tradição serem mais fiéis com a realidade e aqueles que emitem mais opiniões subjetivas.

5. Verifique o histórico do canal de comunicação

Avalie se o veículo mobilizou alguma equipe para averiguar a informação, ou se também recebeu de terceiros, além de observar se o canal de comunicação possui históricos evolutivos em emitir: a) notícias fabricadas, b) com sofismas, c) seletivas ou incompletas, d) com opinião subjetivas, e) com análises técnicas complexas, ou f) se realmente se limita a noticiar os fatos ocorridos. Observe também o uso e manipulação das palavras. Lembre-se sempre do estudo científico dos psicólogos americanos Elizabeth F. Loftus e John C. Palmer, denominado (em tradução livre) “Reconstrução da destruição de automóveis: Um exemplo da interação entre linguagem e memória” (1974). Os cientistas realizaram dois experimentos, mostrando acidentes com carros e depois narrando o ocorrido com a mudança de uma simples palavra: de “os carros colidiram” para “os carros bateram”. Os grupos que leram a notícia com a palavra “bateram” classificaram como mais trágico o acidente do que quem ficou com “colidiram”. Ou seja, uma simples palavra impacta totalmente no sentido e percepção do ocorrido. #FicaaDica! 😉

6. Avalie se a informação mostra os prós e os contras

O veículo e o autor devem manter-se neutros, notificar todos os dados relevantes da informação e não persuadir o leitor, evitando favoritismo, crença ou ideal. Popularmente, sempre ouvimos que “quem conta um conto aumenta um ponto”. Entretanto, para profissionais da informação, manter-se isento o máximo possível (mesmo que pareça utopia), demonstra o nível de maturidade e é de extrema importância para a segurança da informação. Desconfie de veículos que só criticam ou que só falem bem.

7. Verifique a data da informação e outras atualizações

Produzimos informações 24 horas por dia. Devemos verificar se a matéria é atual, dessa maneira evitando propagação de notícias desatualizadas. Apresentar a hora, data, local onde a informação foi gerada ou quando o fato ocorreu, além da forma de obtenção da informação (quando possível), favorecem a transparência do veículo. Se a notícia ainda conter dados pessoais, deve ser observado o princípio da qualidade dos dados, que foca na garantia, aos titulares, de exatidão, clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a necessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento, conforme previsto no Art. 6, V da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

8. Leia a informação completa, não apenas o título

Muitas vezes nos deparamos com títulos extremamente chamativos para atrair o leitor, mas o texto não reflete o que está presente na chamada. Essa estratégia é também chamada de “clickbait”, na qual o título não condiz com o teor da matéria. O problema não é o título ser chamativo, mas, sim, não condizer com o texto ou com o ocorrido. Ainda assim, devemos nos atentar para os casos em que existam “palavras fantasmas”, ou seja, aquelas que passam despercebidas, mas fazem total diferença. Por exemplo, notificar que “há indícios que o supermercado X vendeu um produto vencido” é bem diferente de “foi comprovado que o supermercado X vendeu um produto vencido”. Ao ler notícias assim, muitos vão ignorar as palavras “indício” e “comprovação” e podem “crucificar” o supermercado, afirmando que eles vendem produtos vencidos. Esse é o mal de não ler toda a informação.

9. Cuidado ao ler os comentários das notícias

Infelizmente, grande parte da opinião pública carece de uma análise crítica como as dicas aqui apresentadas, o que acaba provocando comentários superficiais e equivocados nas redes sociais por pessoas que justamente “foram pegas” pelas artimanhas das fake news ou modified news. Não tire suas conclusões apenas lendo os comentários — que já se tornaram habituais para os internautas —, leia a matéria completa! Saiba também que, embora as redes sociais tenham se esforçado para eliminar perfis falsos, ainda podem existir esses “bots”, que são justamente programados para influenciar a opinião pública. Lembre-se sempre do efeito manada — com bases na psicanálise freudiana e aplicado no convívio cibernético visível quando sabe-se que os primeiros três comentários influenciam todos os outros. Podem existir empresas que contratam influenciadores digitais apenas para direcionarem a opinião pública a respeito do que foi publicado.

10. Reporte as fake news

Seja para o canal ou para a pessoa que te passou, talvez nem ela saiba que aquilo não é verdadeiro. É provável que tenham a boa-fé de efetuar a correção. Quando o assunto são notícias falsas, todo cuidado é pouco. Por isso, a conscientização da população brasileira sobre esse tema é de extrema importância, além de incentivos para que todos saibam o básico de segurança da informação, afirma a Profª Ma. Cilene Mainente, gestora dos cursos da computação da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Sobre o viés jurídico, a advogada especialista em direito digital Dra. Cristina Sleiman recomenda que, mesmo que a mensagem venha de pessoa conhecida, desconfie, pois, muitos brasileiros têm o hábito de ver a chamada da notícia e repassar, sem sequer ler o conteúdo. Fique atento, pois mesmo um amigo ou parente pode repassar conteúdo falso sem saber deste fato. A advogada ainda salienta que fake news não se limita a difamar ou divulgar acontecimentos inexistentes. Muitas vezes é utilizada para propagar promoções falsas, levando o usuário a entregar suas informações ou clicar em links maliciosos.

Vamos todos fazer nossa parte! Compartilhe em sua rede essas dez dicas, pois, independentemente de fatores pessoais, políticos ou filosóficos, somos todos contra as fake news.

Quer se aprofundar no assunto, tem alguma dúvida, comentário ou deseja compartilhar sua experiência nesse tema? Escreva para mim no Instagram: @davisalvesphd.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.


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