Um dia após Jair Bolsonaro adiantar que a Petrobras passaria por mudanças, o Ministério de Minas e Energia anunciou nesta sexta-feira, 19, a escolha do general da reserva Joaquim Silva e Luna para o cargo de presidente da estatal. Aos 71 anos, casado, pai de três filhos e nascido na cidade de Barreiros, Zona da Mata de Pernambuco, Silva e Luna ocupa o cargo de diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional desde 26 de fevereiro de 2019 e deverá deixar a cadeira no momento em que for oficialmente nomeado. Antes disso, ele foi ministro no governo de Michel Temer e teve uma longa carreira militar, que se iniciou aos 19 anos e culminou no cargo de chefe do Estado-Maior do Exército.
Silva e Luna ficou conhecido como o primeiro militar a assumir o cargo de ministro na pasta da Defesa do Brasil, ainda durante o governo de Michel Temer. Ele ingressou na carreira do exército se formando como aspirante a oficial na Academia Militar das Agulhas Negras no ano de 1969, galgou para o cargo de 2º Tenente em 1973 e 1º Tenente dois anos depois. Com uma série de promoções ao longo de décadas, o militar trabalhou como major, tenente-coronel e coronel entre a década de 1970 e o fim da década de 1990. Nesse período, ele liderou a Missão Militar Brasileira de Instrução no Paraguai e chegou a comandar um batalhão de energia de construção na cidade de Boa Vista, em Roraima.
No ano de 2002, o militar foi promovido a Oficial Geral da ativa, ocupando cargo de Comandante da 16º Brigada de Infantaria de Selva no Amazonas, Diretor de Patrimônio e Chefe do Gabinete do Comandante do Exército, até virar Chefe do Estado-Maior entre os anos de 2011 e 2014. A formação do general da reserva também inclui uma pós-graduação em Política, Estratégia e Alta Administração do Exército; pós-graduação em Projetos e Análise de Sistemas; doutorado em Ciências Militares, mestrado em Operações Militares e uma série de cursos de especialização na área. Silva e Luna também foi treinado pelo Curso de Combate Básico das Forças de Defesa de Israel nos anos 2000.
No ano de 2014, assim que entrou na reserva do Exército, quando o país ainda era comandado por Dilma Rousseff (PT), Silva e Luna assumiu um cargo de Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa. Ele se tornou Secretário-Geral do ministério em 2015 e em 2018, já no governo de Michel Temer (MDB), assumiu o lugar de Raul Jungmann como ministro da pasta. Ao assumir o cargo, ele afirmou que trabalharia pela “estabilidade nacional” e disse que estaria em busca de “minimizar hostilidades e evitar conflitos e eventuais aventuras em tempos difíceis”. Um dos maiores desafios do ministro foi a crise de migrantes venezuelanos na cidade de Roraima, decretando a Garantia de Lei e da Ordem (GLO) para que as Forças Armadas atuassem na região de fronteira. Ele ficou no cargo até o fim do governo de Temer.
O general recebeu o convite para ocupar o cargo de diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional assim que entregou o cargo de ministro ao general Fernando Azevedo. Ele assumiu a vaga em fevereiro de 2019 com um plano de reestruturação financeira da empresa, que possibilitou, segundo a própria Itaipu, investimentos de R$ 2,5 bilhões em iniciativas para a região do oeste paranaense. Além disso, Silva e Luna anunciou a transformação do Aeroporto de Foz do Iguaçu em um hub internacional e fez a duplicação da BR-469, que dá acesso às Cataratas. As transformações implementadas na região fizeram com que, no fim de 2020, o general ganhasse o título de Cidadão Honorário da cidade. Também no fim de 2020, ele foi escolhido como presidente da Comissão de Integração Elétrica Regional (Bracier), que congrega 17 órgãos e empresas do setor elétrico brasileiro, entre elas, o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) e o Operador Nacional de Sistema Elétrico (ONS). Ele foi escolhido para cumprir um mandato de quatro anos e suceder o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, após indicação do próprio. A saída de Luna do Itaipu deixa uma vaga aberta no lado brasileiro da hidrelétrica.