A Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgou um comunicado oficial no qual critica o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por suspender a vacinação de adolescentes e se defende das críticas feitas pelo ministro em entrevista coletiva na quinta, 16. Segundo a CNM, as Secretarias de Saúde Municipais seguiram nota técnica divulgada pelo Ministério no dia 2 de setembro, que “recomendava a ampliação da oferta da vacinação contra a Covid-19 para a população de 12 a 17 anos sem comorbidades, com início a partir de 15 de setembro de 2021 e exclusivamente com o imunizante Comirnaty do fabricante Pfizer/Wyeth”, o único aprovado pela Anvisa para a faixa etária. Mas, no dia 15, os municípios foram surpreendidos com a nota informativa do Ministério suspendendo a vacinação para este público.
“A Confederação expressa sua perplexidade em relação à fala do Ministério da Saúde na coletiva de imprensa do dia 15 de setembro, na qual passou a culpabilizar os Municípios de criarem tumultos e interrompeu a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades alegando problemas de segurança da vacina da Pfizer, fator que não tinha sido cogitado em notas ou falas anteriores. A entidade entende que esse posicionamento apenas serve para confundir a população brasileira. Assim, a emissão de avaliações negativas do Ministério da Saúde, justamente por Municípios avançarem na campanha de vacinação, é absolutamente contraproducente”, escreveu Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, na nota. Ele alertou ainda que a desorganização pode causar insegurança na população.
Na entrevista coletiva em que defendeu a suspensão da vacinação em adolescentes, Queiroga afirmou que a situação havia virado uma ‘Torre de Babel’ entre os municípios, com algumas cidades aplicando até doses de outras vacinas que não a da Pfizer. Outras razões para a decisão de interromper a campanha de vacinação entre adolescentes seriam o baixo risco desse grupo etário sem comorbidades, a presença de eventos adversos, a falta de evidências científicas robustas que confirmem os benefícios e o recuo da recomendação do National Health Service, do Reino Unido. Por causa disso, apenas adolescentes com comorbidades, que estão privados de liberdade ou têm deficiências permanentes serão imunizados, por enquanto.