Na madrugada deste sábado, 16, um carregamento de 70 mil metros cúbicos de oxigênio chegou de Belém para Manaus, no Amazonas. Os cilindros foram transportados por balsas e já começaram a ser distribuídos em várias unidades de saúde da capital. Manaus vive um cenário caótico com o esgotamento de oxigênio em diversas unidades de atendimento, entre elas o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e o Hospital 28 de Agosto, maior pronto-socorro do estado, que parou de receber pacientes nesta sexta-feira, 15.
Ontem, o Ministério da Saúde informou que adquiriu cilindros de oxigênio que devem estabilizar a situação nos hospitais de Manaus por 48 horas. Com isso, a transferências de 61 bebês prematuros, que iriam para São Paulo, não será necessária neste momento. A pasta informou também que vai continuar monitorando a situação dos bebês e que “segue unindo esforços para conseguir mais balas de oxigênio para que os prematuros não precisem ser transferidos para outros estados”. Nesta sexta-feira, 15, 235 pacientes de Manaus foram transferidos, em voos da FAB, para outros estados, como Ceará, Goiás, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Em entrevista à Jovem Pan, na tarde desta quinta-feira, 14, o governador do estado, Wilson Lima (PSC), afirmou que o Ministério da Saúde elaborou um plano que previa a transferência de 750 pacientes.
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), impôs nesta sexta-feira, 15, um prazo de 48 horas para que o Governo Federal apresente à Corte um plano detalhado listando estratégias que estão na prática ou em desenvolvimento para enfrentar a situação de emergência na saúde de Manaus diante da pandemia do novo coronavírus. A decisão, resposta a uma ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental protocolada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e pelo Partido dos Trabalhadores (PT) classifica a situação da capital do Amazonas como “caótica” que exige “uma pronta, enérgica e eficaz intervenção”. Além do prazo de 48 horas, o documento também pede que a União faça “tudo ao alcance” para suprir insumos médico-hospitalares, como oxigênio, nas instituições de saúde.
* Com informações da repórter Naiandra Amorim