O repórter dinamarquês Ramsus Tantholdt, funcionário da emissora “TV2”, foi ameaçado e impedido de filmar por agentes de segurança do Catar. O caso aconteceu na noite da última terça-feira, 15, enquanto o jornalista fazia uma transmissão ao vivo para o canal televisivo. Na ocasião, oficiais do país que sedia a Copa do Mundo se aproximaram em um carrinho de golfe, colocaram as mãos em frente à câmera e cogitaram destruir os aparelhos da equipe. “Vocês convidaram o mundo inteiro para cá. Por que motivo não podemos filmar? É um local público. Você quer quebrar a câmera? Vá em frente. Vocês estão nos ameaçando”, disse Tanntholdt, que apresentou sua credencial para cobrir o Mundial da Fifa. Após o incidente, o Comitê Supremo do Catar pediu desculpas pelo ocorrido. O repórter, ainda assim, lamentou o abuso de autoridade. “Diz muito sobre o que é o Catar. Você pode ser atacado e ameaçado enquanto trabalha na mídia livre. Não é um país democrático. Minha experiência após visitar 110 países no mundo é: quanto mais você tem a esconder, mais difícil é pra fazer uma reportagem lá”, escreveu.

Conforme o site da Jovem Pan informou, a nação do Oriente Médio possui uma série de regras, que vão desde as restrições para consumo de álcool, sexualidade, código de vestimenta e comportamento. A cobertura de jornalistas credenciados, no entanto, não está entre as normas do emirado. Antes do caso envolvendo o correspondente dinamarquês, o Catar já era criticado devido às leis anti-LGBTQIA+ e machistas do país, além de uma suposta mão de obra escrava para a construção dos estádios. A competição acontece entre 20 de novembro e 18 de dezembro.

We now got an apology from Qatar International Media Office and from Qatar Supreme Commitee.
This is what happened when we were broadcasting live for @tv2nyhederne from a roundabout today in Doha. But will it happen to other media as well? #FIFAWorldCupQatar2022 pic.twitter.com/NSJj50kLql

— Rasmus Tantholdt TV2 (@RasmusTantholdt) November 15, 2022