Muito antes das redes sociais e até mesmo das câmeras digitais existirem, Andy Warhol registrava a intimidade de celebridades, amigos e anônimos, por meio de fotografias, pinturas e experimentações. Essa obsessão em eternizar momentos cotidianos, captar a intimidade e revelar pessoas é o ponto de partida de “Polaroides Secretas”, projeto que volta aos palcos totalmente repaginado, depois de longa experiência online. A peça, que agora conta com nova estrutura e personagens inéditos, fica em cartaz em curta temporada, no dias 17, 25 e 31 de outubro e 1º de novembro, no Teatro Commune, na rua da Consolação, 1.218, em São Paulo.
O espetáculo, dirigido por Renato Andrade, apresenta personagens inspirados em figuras que tiveram relação com Andy Warhol e sua obra, indivíduos solitários, angustiados pelo vazio e falta de atenção e afeto, diante de uma sociedade que valoriza a imagem e a fama. Além da crítica à produção em massa e ao consumismo, “Polaroides Secretas” lança um olhar sobre o controverso trabalho de Andy Warhol. Como questionava David Bowie na canção que leva o nome do pai da Pop Art, o artista mostrava seus amigos como eles realmente eram ou os transformava em ícones estáticos e sem alma? A montagem também traz a reflexão sobre o lado visionário de Warhol, que realmente alçava artistas e anônimos à fama, fenômeno que domina o presente por meio de realities e das redes sociais, e o impacto desse movimento para a saúde mental das pessoas.
“Polaroides Secretas” nasceu em 2018, como uma peça composta por solos que abordavam temas como solidão e isolamento, com personagens presos em suas próprias questões. Logo no início da pandemia da Covid-19, a peça ganhou uma versão online e foi apresentada ao longo de meses, atingindo mais de mil pessoas de diferentes cidades e países durante a temporada virtual. Agora, “Polaroides Secretas” chega ao Teatro Commune com a proposta de uma experiência diferente, com personagens inéditos e nova encenação.
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