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Segunda, 21 de Outubro de 2024
Ola Mundo!


Veja a importância de se reconectar consigo

É necessário ter um lugar seguro dentro de si para se reconectar É necessário ter um lugar seguro dentro de si para se reconectar Imagem: Liubovart | Shutterstock

Adolescente, a atriz e dramaturga Isabel Teixeira experimentou ficar um mês sem pisar na rua durante as férias de julho de 1989. Era época de vacas magras, e sua mãe, também atriz, avisou que elas não poderiam viajar. Isabel, que sempre gostou de ficar em casa, celebrou a notícia. Todo dia repetia a mesma rotina: acordar, tomar banho, vestir seu melhor pijama e fazer algo de que gostava, incluindo ler, escutar música e assistir a filmes. 

Hoje ela vê que começava ali a construção do seu “quarto primordial”, um espaço seguro, dentro de si, que a acompanha em todos os outros lugares. É desse espaço interno, de conhecimento íntimo e conforto, que ela tira forças para ocupar o lado de fora com mais autenticidade. “A casa é o lugar onde nos acolhemos. Isso dá muita força de modo a ir para o mundo”, diz. 

Isabel continua fazendo retiros em casa para desfrutar da solitude criativa e se encontrar consigo. A partir dessa reconexão, ela pode, enfim, oferecer o que possui de melhor. “O reconhecimento das outras pessoas é quase uma consequência desse autorreconhecimento”, reflete a atriz, que já venceu duas vezes o prêmio Shell de Teatro e ganhou dois troféus da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), um deles por sua marcante atuação como Maria Bruaca na novela Pantanal.

O quarto primordial de Isabel nos lembra da importância de regressar à casa quando perdemos o rumo de nós mesmos. Em um mundo governado pela tecnologia e que acelera o passo cotidiano, o fio que nos leva de volta a nós parece escapar constantemente. Os apelos são muitos e incessantes: é preciso chegar mais longe, ter mais, não ficar de fora e estar sempre disponível. Afinal, por que, em meio à correria das tarefas diárias e das notificações, acabamos nos anestesiando de nós? E como despertar desse adormecimento?

Fator tecnologia

Daniela Arrais, jornalista e sócia da Contente, plataforma para uma vida digital mais consciente, vê o cansaço em tentar dar conta de tudo e o medo do futuro como as raízes desse comportamento. Em um mundo imerso em múltiplas crises e repleto de instabilidades, sentir pode ser doloroso demais, e qualquer oportunidade de distração se torna bem-vinda.

“O problema é que essa anestesia só vai nos deixar mais desesperançosos e cansados. Precisamos nos conectar com o que dói, inclusive para entender como é que eu cuido de mim e, depois, do outro e do mundo”, elabora, confiante na mudança.

Fazer detox digital, ou seja, ficar um período sem celular ou fora das redes sociais, é recomendável. Você pode determinar horários para estar offline, de manhãzinha ou antes de dormir; em eventos especiais, como um almoço em família ou um jantar entre amigos; e também nos momentos de solitude, a fim de ouvir os ruídos internos. 

Mantendo a conexão

A conexão conosco deve ser mantida mesmo online. Daniela sugere usar a internet como uma bússola das nossas emoções. Se eu sinto inveja ao ver um post sobre a conquista de alguém, posso me questionar se isso vem da minha necessidade de terminar um projeto que tenho adiado, por exemplo. A partir dessa percepção, é mais fácil entender quando e de que forma posso atender a essa necessidade sem me atropelar. 

Nas redes sociais, predomina uma narrativa vitoriosa da vida, mas é preciso estar claro que isso não passa de um recorte. “Quando estamos olhando muito para fora, nos comparando demais e insatisfeitos com a nossa vida, está faltando um olhar de apreciação para a gente”, diz a comunicadora.

Como antídoto, ela recomenda escrever sobre o que nos aconteceu de bom recentemente. Outra forma é apelar a amigos e à psicoterapia para identificar as origens da desconexão e retomar a rota de acesso ao próprio centro. 


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