Há exatos 33 anos, no dia 17 de maio de 1990, um marco histórico aconteceu: a homossexualidade foi oficialmente retirada do Código Internacional de Doenças (CID) pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa decisão pioneira teve um impacto profundo na luta contra a discriminação e a intolerância enfrentadas pela comunidade LGBTQ+.
Desde então, essa data se tornou um símbolo de combate à homofobia e foi estabelecida como o Dia Internacional Contra a Homofobia. Ela também é conhecida como “Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia”.
Outra grande conquista é a representatividade em veículos de comunicação. A mídia, ano após ano, vem aumentando a participação LGBTQIA+ em programas de televisão, séries, filmes e novelas com o objetivo de mostrar as pessoas os dilemas e as dificuldades enfrentadas pelas pessoas LGBTQIA+.
Entretanto, pessoas pertencentes ao grupo LGBTQIA+, em diversos países ao redor do mundo, ainda sofrem constantemente agressões físicas e emocionais e têm seus direitos violados. Como exemplo, pode-se citar o acesso negado à educação, à saúde, à oportunidade no mercado de trabalho, bem como os abusos de ordem moral e psicológica.
Durante o período da pandemia de Covid-19, a população LGBTQIA+ ficou ainda mais vulnerável. Em 2019, o Brasil já estava em primeiro lugar no ranking de assassinatos de pessoas trans no mundo, com números acima da média, de acordo com dossiê elaborado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Conforme o psicólogo André Carneiro, uma das principais dificuldades enfrentadas por pessoas pertencentes ao grupo LGBTQIA+ está relacionada à cultura cisheteronormativa. “Infelizmente, o Brasil ainda é um país bastante preconceituoso, e as consequências de atos discriminatórios apresentam prejuízos imensos à saúde mental das vítimas, como depressão, ansiedade, alcoolismo, vício em drogas e até mesmo suicídio”, acrescente o especialista.
A Política Nacional de Saúde Integral da População LGBTQIA+ foi instaurada no âmbito do SUS – Sistema Único de Saúde, através da Portaria n° 2.836, de 1° de dezembro de 2011. Isso foi feito com o objetivo de promover a saúde integral dessa população, “eliminando a discriminação e o preconceito institucional, bem como contribuindo para a redução de desigualdades e a consolidação do SUS como sistema universal, integral e equitativo”.
Ainda segundo o psicólogo André Carneiro, além das violências elencadas anteriormente, outra questão enfrentada por pessoas LGBTQIA+ é a solidão. Isso se dá devido, muitas vezes, aos ambientes sociais, familiares e profissionais, que podem ser profundamente hostis com pessoas não héteros.