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Segunda, 21 de Outubro de 2024
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Covid-19 é tão perversa que não colapsa apenas o sistema de saúde, mas também seus profissionais

Mural no Hospital da Cruz Vermelha, na zona sul de São Paulo, homenageia os profissionais de saúde que atuam no enfrentamento da pandemia

A Covid-19 começa a mostrar uma face igualmente perversa. E quase nada se diz a respeito sobre um assunto ao qual não está se dando um cuidado especial. A pandemia começa a atingir não somente a vida humana no Brasil, produzindo, até agora, mais de 465 mil mortes. Há outras questões ligadas à doença que deviam merecer mais atenção do governo. Os profissionais da saúde simplesmente chegaram à exaustão. Basta dizer que 89% dos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem no país praticamente não têm mais condições de estar na linha de frente do enfrentamento ao coronavírus. É o que revela pesquisa realizada com mais de 4 mil desses profissionais em todas as regiões do país. O levantamento foi realizado pela PebMed, que produz conteúdo educativo para médicos. A empresa faz parte da Afya Educacional, grupo de faculdades de medicina do país. O que mais chama atenção é o sentimento de desamparo emocional da categoria em meio à pandemia. Mesmo assim, os profissionais da saúde admitem que ao longo do tempo aprenderam a lidar com a doença, conseguindo superar problemas que ainda recentemente eram considerados irreversíveis. 

Isso ocorre especialmente nos procedimento de intubação de pacientes que não conseguem mais respirar adequadamente sem auxílio de aparelhos. Operar o ventilador mecânico também se tornou mais fácil. Seja como for, o esgotamento vem crescendo cada vez mais e precisa de uma atenção especial. Os médicos e demais profissionais da saúde estão ficando doentes diante de um trabalho exaustivo e incessante. Eduardo Moura, um dos fundadores da PebMed, observa que existe atualmente um desajuste na linha de frente no combate à Covid-19. A evolução dos profissionais para cuidar dos pacientes se focou especialmente na questão técnica, deixando em segundo plano o equilíbrio psicológico. Significa que esse problema vem crescendo de maneira assustadora e o suporte emocional, agora, é um fator fundamental. Moura observa que, nessa questão, nada se aprendeu. Trata-se de um tipo de preparo que deveria ser dado pelos serviços de saúde, sejam públicos ou particulares. O bem-estar psicológico dos profissionais da saúde é cada vez mais baixo na pandemia devido à ausência de melhores condições de trabalho, e isso implica no tamanho das equipes e da oferta de insumos.

O que se destaca negativamente nesse estado é a falta de leitos de UTI. Outra questão igualmente grave é a falta do “kit intubação” e do oxigênio para auxiliar o doente. Falta até equipamentos de proteção individual. O resultado desse caos exige que os profissionais sejam obrigados a fazer escolhas difíceis, que deixam marcas profundas. Isso ocorre, por exemplo, na questão dos respiradores mecânicos para os doentes. Cabe ao médico escolher quem receberá o tratamento. Muitos pacientes perdem a vida (e poderiam ser salvos). Os profissionais da saúde não estavam acostumados com situações assim, quando a vida passa a ser uma questão de sorte ou de azar. Trata-se de uma carga emocional muito alta, difícil de ser contornada. É doloroso ver pacientes jovens, com a vida pela frente, chegarem ao óbito por causa de uma estrutura que não é capaz de suportar o número de doentes.

Para os médicos e demais profissionais da saúde, a vacina é uma esperança, mas não cessa a preocupação. Mesmo os aqueles já vacinados receiam ser reinfectados e levar o vírus para a família. Essa questão atinge praticamente 100% dos profissionais. Disso tudo se conclui que a perversidade da doença pode ir além do que ela tem mostrado. De repente, podem faltar médicos e enfermeiros para dar atendimento aos doentes nesse cenário sombrio. O que é um assombro é saber que autoridades do país continuam a não aceitar as imposições da Covid-19, como o isolamento social, o uso de máscara, evitar aglomerações e demais cuidados. Para esses, tudo não passa de uma ficção. Infelizmente é assim. E sendo assim, o vírus continuará a encontrar um campo fértil. Mas, no fundo, o exemplo devia vir de cima, como tem sido em países civilizados. Não é o caso do Brasil. 


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